sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Aos Amigos

   Existem no mínimo 2 tipos de amigos: aqueles que são boas companhias pra certas situações e outros que são boas companhias para todas as situações. E é incrível notar que esse segundo tipo é o que mais nos deixa com energias deliciosas, renovadas, agradáveis.
Mesmo que, ao encontrá-lo, o assunto da vez não seja o mais divertido, ou mesmo quando vocês não estão em uma fase da vida tão animada... não importa: o fato é que vocês estão juntos, e que se curtem assim.

   Ah claro, e quando falo "amigos", são válidos todos os tipos: o amigo-irmão, amigo-pai/mãe, amigo-colega, amigo-namorado(a)... enfim, qualquer um de sua vida que se encaixe no se coração de um jeito único e indelével.
Pois mesmo que vocês fiquem sem falar por muito tempo, assuntos aparecem, e mesmo que nenhum interessante dê as caras, vocês curtem a presença um do outro, extraindo dali o melhor do momento, sem necessidade de mediações.

[foto by me o//]

  É... o estar junto: algo tão simples e tão complexo, principalmente nos dias de hoje, onde pessoas mais falam do que escutam, onde se preza mais pela velocidade das respostas, em detrimento da ponderação, onde laços afetivos se fazem e se esfarelam ao piscar de olhos. 
E no meio de tanta superficialidade e, como diz a Pitty, de "sorrisos plásticos e rostos de pedra", ainda somos capazes de encontrar nossos pares, e cativar essas pessoas tão especiais, que nos fazem valorizar cada instante da vida, cada palavra dita, cada sorriso trocado.

  Porque não adianta argumentar: é exatamente isso nossa necessidade básica e vital, o que devemos ter como combustível para nosso crescimento, aprendendo com o tempo e as experiências a identificar, reconhecer e respeitar:
Falo dessa troca de energias, que ganha potência com o compartilhamento, formando um ciclo e retornando para nós na forma de ver a vida com outros olhos, ou quem sabe com os mesmos olhos e mais cores...
Afinal a felicidade de cada um é diferente, porque o modo de lidar com as energias, intrepretá-las, é distinto.

  Mas o mais interessante é notar que, quanto mais próximo se é do amigo especial, essa interpretação torna-se cada vez mais semelhante, podendo chegar até no nível da "adivinhação muda", ou seja, quando se pensa em algo e a tal pessoa também chega a algo bem parecido, não importa onde vocês estejam.
É, exatamente o tal "ler pensamento", a tão falada empatia, muito valorizada nas culturas orientais, e ainda pouco reconhecida por aqui.

  então, por que não começarmos a praticá-la agora?

  :3

domingo, 23 de janeiro de 2011

Persistência

Ai gente desculpa mesmo a demora pra escrever um novo post... mas é que essa semana foi meio (muito) corrida, com o fim do intensivo de espanhol, meus projetos literários, ilustrários e roteirísticos, e ainda textos que eu to revisando... não que eu não goste ou esteja reclamando disso, muito pelo contrário, mas é que ter muita coisa que se quer fazer e pouco tempo exige que a gente faça escolhas... 

bem, sem mais demoras, quero oferecer-lhes um pequeno conto
espero que gostem, e mais do que isso, que ele inspire pensamentos, reflexões, novas ideias...
haha ok posso ter exagerado um pouco agora, mas mesmo assim, sonhar não custa não é?^^
(e bem, no dia em que isso ocorrer certamente serei uma das pessoas mais felizes do mundo!)


Persistência

Aquele homem, de aspecto abatido, rugas e pele bronzeada ia à baía todo dia. Com sua inseparável rede, chapéu e cesta de fumo, lá estava ele, de domingo a domingo, desde o amanhecer até o por do sol, jogando sua rede, esperando um pouco, recolhendo, jogando de novo...

Os freqüentadores do local já haviam acostumado com a figura taciturna, sempre no mesmo lugar, curvado, fitando o horizonte como se esperasse caravelas.

E caso alguém resolvesse perguntar por que raios ele, além de gastar todo seu tempo ali, quando achava algum peixe simplesmente o jogava no mar, o homem respondia, com uma voz rouca e grave:
“não estou aqui para pegar peixes. Estou aqui para apanhar sonhos que se perderam no mar há tempos atrás.”

E o assunto se encerraria ali.



:3

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Resenha: A última Dama do Fogo


"O caminho iniciático é trilhado por todos nós. 
Trilhá-lo é mais importante que chegar ao seu fim."



Autor(a): Marcelo Paschoalin
Editora: LeiaSempre
Páginas: 366
Publicação: 2010
Skoob: livro & autor
Onde comprar:  Estronho & Letraimpressa (blog do autor)







Uma obra sensível, tocante, surpreendente: 
assim como nossa própria vida pode ser.




Após uma tempestade, Deora, náufraga, é encontrada sem memória. Sua vida, ou o que resta dela, é então tranformada quando ela se entrega a uma jornada mística que a mudará para sempre.
Forjada pela chama, é iniciada nos mistérios que permitirão a ela compreender a manipular a essência do fogo e a mais pura forma de magia - aquela que somente é dominada por quem se permite renascer das cinzas.
Os passos de Deora, então, tornam-se os nossos, refletindo nossa busca - decidir recuar ou escolher continuar em frente, mesmo sem ter consciência de que estamos diante de um caminho iniciático, é o que faz de nós o que somos dia a pós dia.
Deora segue adiante, apesar dos desafios e obstáculos, permitindo-se ser como a chama que regra e guia sua jornada. E, ao acompanharmos sua história, corremos o risco de termos nosso coração tomado pela emoção, nossa vida transformada e, até mesmo, nossa própria trilha mística desvelada.
Entregar-se a essa jornada é receber também as bênçãos da chama que ilumina o caminho da última Dama do Fogo.

A palavra que eu usaria para descrever este romance épico? Supreendente.
De fato, Marcelo Paschoalin, grande construtor de cenários e de tramas, nos surpreende a cada novo capítulo. Não, não falo aqui de grandes mistérios a serem revelados, ou suspenses de tirar o fôlego. Falo sobre o modo distinto em que a história é contada: cada capítulo é uma fase da vida dos personagens, como se fossem contos sobre uma certa época, tendo como fio condutor os lugares e as pessoas.
Como escritora, digo que este é um grande mérito de Marcelo: conseguir manter a unidade mesmo com passagens grandes de tempo, o que significa desenvolvimento e amadurecimento dos personagens entre um episódio e outro. O que significa mostrar as personalidades descritas e (em maior ou menor proporção) amadurecidas, sem em momento algum se contradizer ou colocar coisas sem sentido.
Outra coisa que me chamou a atenção foi o modo de escrita: também distinto porque se utiliza de palavras não muito comuns em nosso vocabulário cotidiano, mas que servem perfeitamente a seu propósito, ou seja, me manteve presa à trama - tanto que esse foi um dos livros que eu li mais rapidamente, e não porque eu queria terminar logo, mas sim porque a leitura fluiu muito bem. Nem senti os capítulos passarem.
Mas, além de todas estas constatações maravilhosas, digo-lhes uma coisa de antemão: se vocês estão procurando livros que contenham explicações detalhadas para tudo o que acontece, esqueçam este. Marcelo é mestre em deixar subentendidos, para que nós pensemos sobre. E imaginemos junto.
E é desse aviso que eu tiro o meu maior elogio: a capacidade, por enquanto única, de não explicar tudo. De saber o que revelar e o que deixar para que o leitor pense, e construa seus próprios significados, trilhas e tramas. E olha que já li bastantes livros na vida, mas por enuanto esse foi o primeiro em que percebi tal artifício. Muito bem empregado, eu diria.
Afinal é como a própria leitura em si, e - em maior proporção - a vida deve ser: nem tudo nos é revelado, e tudo o que acontece e percebemos é tão importante quanto as lacunas que nossa imaginação felizmente(?) se incumbe de preencher.
Ao final disso tudo, me vejo na obrigação de comentar uma última coisa, que em resenhas anteriores não fiz porque não senti tanta necessidade quanto agora:
falo-lhes da capa.
Sim, ela é bonita, sim muito bem feita - apesar de achar que o titulo podia estar um pouco mais em evidência, mas acho que isso é o de menos.
O que importa é o seguinte: não acho que ela realmente traduz o espírito do livro.
Sim, penso que capas são a primeira impressão que uma pessoa tem de uma obra, e se a tal for diferente do que o autor quer passar, isso pode ser um impasse, pode afastar leitores, ou pior, causar desapontamentos. É claro que é impossível que o leitor veja exatamente o que o autor quis passar (tanto com relação à capa quanto à história em si), mas fazer com que essa lacuna seja minimizada é muito importante também.
Por que digo isso?
Ora, porque a capa mostra algo bem concreto: uma mulher, com ornamentos e poderes. E o livro (pelo menos no meu ponto de vista) é quase o oposto disso: trata-se de algo mais etéreo, como um sonho, como mensagens e modos de ver a vida, como a imaginação.
fikdik^~


Nota: 4,7 (recomendadíssimo, pouquíssimas restrições)


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ler e Escrever, ou O Ciclo Sem Fim

Ler e escrever.
Além de fazê-las (o que espero que seja verdade uahuauha), você já parou para pensar sobre elas?
Sobre como elas são importantes em nossa vida?
Como elas baseiam tudo o que você foi, é e provavelmente será?
Como elas são opostos complementares, yin e yang de nosso crescimento como seres pensantes?

Sim, caros, elas nos definem por dentro e por fora: você se molda a partir delas, e é visto por outros a partir delas também.
A partir dos tipos que escolhe cultivar (e se permite mostrar).
Assim como a música, os filmes, e tudo o que você usa para construir seu caráter (novamente por dentro e por fora).

Só que, ao contrário de filmes, roupas, etc, suas leituras ampliam mundos interiores, enriquecem, ressignificam.
Já sua escrita (claro, a partir das leituras anteriores), moldam um mundo particular, talvez até lance outras significações - e o que, depois de terminado e difundido (ou se preferir, "colocado no mundo"), de particular não tem mais nada além de seu nome e ideias potencialmente suas.
Isso porque nem as ideias são suas na verdade: são coisas já pensadas, ditas por você de outra forma; ressignificadas; remodeladas. Não por incompetência ou falta de criatividade sua, nada disso, mas porque são de fato parte de um eterno processo de repensamento, ressignificação e remodelação (na melhor das hipóteses, claro)
O processo de degustar, ingerir, digerir e assim (re)criar um texto é em si algo infinito, que ajuda no crescimento do autor e (se assim for possível) do leitor, que futuramente o usará, conscientemente ou não, em suas produções. Ad infinitum.
E assim caminhamos nós e o mundo:
Nunca criando coisas do zero, sempre recriando nossos mundos interiores, e em momentos de felicidade, mostrando-os aos poucos a quem estiver interessado em conhecê-lo, deglutí-lo, e utilizá-lo para produções posteriores (e que isso não inclua plágio, por favor).

sábado, 8 de janeiro de 2011

Resenha: Chantilly



Autor(a): Mare Soares
Editora: Folha Carioca Editora Ltda
Páginas: 148
Publicação: 2010
Skoob:  livro & autora
Onde comprar: Parêntese, site oficial 




    Um livro para quem gosta de mistérios, 
intrigas e personagens nada convencionais,
todos juntos em uma narrativa e simples e rápida. 





Um diário foi escrito. Catherine Aragon, numa atitude desesperada, escreve suas recordações em busca de socorro. Somente dez anos depois suas palavras foram ouvidas por um renomado cientista. Ethan Stuart, um homem com pouco carisma, toma as rédeas da situação para tentar ajudá-la.
Ele contará com a ajuda de personagens suspeitos: o exótico Leon Saiter, um alcoólatra sem muita perspectiva que arriscará a própria vida para obter êxito na resolução do caso e a interessante Anabelle, que vive em dilema dentro de si onde questionará suas verdades e seus valores.
A tríade investigadora conclui a soma dos catetos, tornando Chantilly um dos desafios mais intrigantes do seu viver.
Mergulhe nesta aventura, em um ambiente noir, repleta de mistérios a serem desvendados numa cidade onde as pessoas perderam as lembranças.

Bem, pela nota ao lado da capa já dá ter uma primeira ideia do que achei deste livro.
Agora, vamos aos detalhes.
Desde que terminei de ler, e quando penso em Chantilly, me vem a ideia de uma ótima trama, mas junto está a sensação de distância. Oi?
Ok, deixe-me explicar melhor.
Devido a rapidez dos acontecimentos (várias coisas descritas em menos de 200 páginas - o que pra mim é um grande feito, já que não tenho o mesmo dom de concisão) e a pouca descrição dos cenários, não se abre muito a possibilidade de estar dentro da cena, de fazer parte dela. É a diferença entre você estar vendo uma festa do lado de fora e do lado de dentro. É como se os acontecimentos passassem diante seus olhos, atrás de uma tela de vidro. Estão ali, mas são de algum modo intocáveis.
Não que isso seja um desmérito, mas me deixou um pouco... intrigada. Pois isso é dificil de acontecer. E a sensação do vidro "protetor"... talvez seja realmente um mérito da Mare. Mas ainda prefiro me ver dentro das cenas...
Outra coisa que ajuda é o modo de apresentação dos personagens, pessoas dificeis com vidas complicadas, e se vendo metidos em um caso aparentemente sem solução, rodeadas de acontecimentos repentinos e tendo que se virar como podem. Não há tempo de apresentações propícias, de cultivo de empatia. De novo a história de tudo acontecer muito rápido.
Mas claro, fora isso, repito que a trama é muito interessante, me surpreendeu muito no início e com seu final!
(se bem que o final foi uma surpresa um tanto... "mas como assim já acabou? e acabou assim??" uahauh bem, sem mais spoilers senão a Mare me mata de vez^^")
É claro que agora fico querendo saber o que vai acontecer, e babando pra saber quando sai o segundo volume da trilogia, mas fazer o que... hehe
Enfim, vale a pena a leitura! (mesmo porque a linguagem é simples, a leitura flui e o livro é pequeno e portanto possivel de se levar na bolsa - para quem vive em grandes cidades e anda de condução é uma grande qualidade!) 


~ Nota: 3,7 (leitura indicada! poucas restrições)


agora quero saber de vocês: o que acharam do livro? Fui só eu que tive essas sensações?
Quero opiniões^^

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Liberdade X Diferenças

olá pessoas tudo bom?
bem, começarei 2011 polemizando aqui no blog! o//

gosto disso.

sim eu sei, por isso também vou fazer isso, de presente pra você. E ainda por cima te deixo comentar no meio se quiser^^

muito gentil, minha criadora.

aprendeu ironia onde, querido Cotem?

com quem mais poderia ser?

afe to vendo que isso vai longe. Vamos parar por aqui, ok? Deixa eu começar a escrever sobre o tema, senão isso daqui vai desfocar totalmente. Irremediavelmente.

dramática.

então pessoas *ignora Cotem*, o que me fez escrever sobre este tema é justamente minha experiência como alguém que deseja conquistar seu espaço e seu reconhecimento no mundo virtual (no mínimo, afinal pessoas são feitas de sonhos ^~).
Sim, estamos falando de conseguir seguidores fiéis, no Twitter, no blog, no Facebook, ou onde mais se tiver perfis. E assim poder contar com o acesso, comentários, divulgação e enriquecimento que eles podem oferecer.
Mas qual é a condição para que isso aconteça, em um universo dito tão livre? O que fazer para atrair a atenção das pessoas? Ou acima disso: o que fazer para conquistar a atenção e o tempo delas?
Alguns podem dizer "Postando coisas diferentes".
Mas diferentes quanto?
Ou melhor, qual o nível de diferenciação que as pessoas estão propensas a aceitar?
Uma coisa é fato: ser "diferente", neste universo virtual, não é a mesma coisa que escrever sobre o que se deseja, a hora que se deseja, do modo que melhor convém.
(ok, antes de mais nada, neste "qualquer coisa" acima, não inclui desrespeitos, preconceito, violência, nem algo relacionado, que isso fique bem claro)
"como assim?" vocês me perguntam "a internet não é um meio de interação e integração das diferenças?"
no que eu respondo: "nem sempre, meus caros, nem sempre"
afinal
para se conseguir a atenção de alguém se precisa falar a mesma língua que ela. Não, não falo de idiomas semelhantes, mas sim de conseguir passar a mensagem de um jeito que ela entenda.
em segundo lugar, e talvez o mais importante, e o mais polêmico: falar o que as pessoas querem ouvir.
pelo menos no início
pelo menos quando se necessita reconhecimento para se estabelecer no meio
não só no mundo virtual, mas em todas as áreas, principalmente as que envolvem criação.
é necessário primeiro saber o que as pessoas estão querendo ouvir, depois saber como abordar isso.
não se pode ser totalmente criativo, totalmente livre, como se pensa a princípio.
e isso, para pessoas que tem modos diferenciados de expressão, é dificil, e muito.
é dificil abandonar seu modo de pensar e se expressar, ou ainda adaptá-lo ao da maioria, e depois, só bem depois poder mostrá-lo de fato, com um pouco mais de confiança.

ou será que isso tudo, na verdade, tem a ver com o desenvolvimento da mentalidade da pessoa? Ou seja, de onde ela se encontrar da fase de sair de sua casca criativa para enfrentar as intempéries do "mundo de fora"?

e vocês, leitores, criativos, aspirantes ou já estabelecidos, o que acham?


[ih o Cotem ficou quietinho...
eu já disse que prefiro primeiro ouvir, aprender, e depois falar. Ao contrário de certos humanos.
isso foi uma indireta?
não sou eu quem vai lhe responder isso
iih tá de TPM é?
registro não identificado. Por favor, explique-se.
... ah deixa pra lá.]