sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Resenha: Nosso Lar - A Vida no Mundo Espiritual



Autor: Chico Xavier/ André Luiz
Editora: FEB
Páginas: 320
Publicação: 1944



Um livro não necessariamente para espíritas ou crentes, 
mas sim para os que decidem abrir a cabeça 
(e quem sabe o coração?) 
para uma nova e impressionante teoria pos mortem.




"Nosso Lar" é o nome da colônia espiritual que André Luiz nos apresenta neste primeiro livro de sua lavra.
Em narrativa vibrante, o autor nos transmite suas observações e descobertas sobre a vida no mundo espiritual, atuando como um repórter que registra as suas próprias experiências.
Revela-nos um mundo palpitante, pleno de vida e atividades, organizado de forma exemplar, onde Espíritos desencarnados passam por estágios de recuperação e educação espiritual supervisionados por Espíritos superiores.
Nosso Lar nos permite antever o mundo espiritual que nos aguarda quando abandonarmos o corpo carnal pela morte física.

Trata-se de uma obra especial - tanto em conteúdo quanto em forma de escrita -, dirigida para os que se interessam de  fato em aprender os fundamentos do espiritismo (mas não necessariamente serem espíritas ou crentes de algo, e sim curiosos em conhecer essa filosofia de vida - e morte).
A riqueza de detalhes é impressionante, tanto do cenário quanto do modo de vida, instituições e crenças que reinam a descrita cidade espiritual, todas expostas sob os olhos curiosos do recém-chegado médico André Luiz.
É uma leitura muito bonita, comovente e impressionante, mas exige do leitor paciência e persistência, pois seus capítulos são altamente explicativos, e a linguagem mais antiga, do qual ele se vale, pode ser um empecilho para os não tão acostumados com tal estilo, além da constante adjetivação, o que eu confesso que me incomodou um pouco - mas nada que me impedisse de ler o livro até o fim.
E o mais interessante de tudo é você ter em mãos uma obra que pode ser tanto tida como ficção (extremamente criativa), ou como realidade.
Afinal quem sabe o que nos espera "do outro lado"?
(e não, esta não é uma ameaça do tipo "leiam o livro e serão salvos", muito pelo contrário. Só estou dizendo isso porque esta obra tece uma teoria muito plausível, palpável, para esclarecer um dos grandes mistérios - e maiores medos - da humanidade).

~ Nota: 4 (leitura altamente indicada, mas com ressalvas importantes)

obs: me sinto muito honrada em fazer uma resenha para este livro... de verdade, ele é magnífico, sua filosofia é muito bonita e comovente, e prega coisas das quais realmente a humanidade necessita ouvir - e praticar -, independente de qual seja sua crença, credo, religião.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Resenha: Anacrônicas

Autor: Ana Cristina Rodrigues
Editora: Gráfica e Editora A1 Ltda
Páginas: 89
Publicação: 2009
Onde comprar: Livraria Cultura, Leonardo da Vinci, ou direto com a autora



Sinopse:
Este livro é um pequeno mundo traduzido em cem páginas. Quem criou? Nunca saberemos, mas se vocêr se dispuser a entrar nele, encontrará alguém que o conhece muito bem.
Ana Cristina Rodrigues compartilha com você um pequeno mundo descoberto ao seguir um coelho, ao ver o fim do mundo pela TV, nos últimos momentos antes da tocha acusadora tocar na palha, ao se deparar com deuses possíveis e inimagináveis.
Se depois disso você souber algumas respostas, ela se sentirá grata.
Se sair deste mundo com mais perguntas, você se sentirá como ela.
(Estevão Ribeiro)

Este livro foi indicação de uma amiga, ambos conhecidos no Fantasticon (evento de literatura fantástica que aconteceu no início de setembro deste ano (2010), na biblioteca Viriato Corrêa). Foi o primeiro livro de fantasia nacional que li, e tive uma ótima primeira impressão sobre o gênero, a autora, e a nossa literatura.
Sei bem que apenas uma edição - neste caso de menos de 100 páginas -, não pode de forma alguma ser tida como representante da fantasia brasileira em geral. O que digo aqui é que se trata de um ótimo exemplar.
Em cada conto, que em média duram de 4 a 6 páginas, escritos em linguagem simples e fonte relativamente grande (para quem está acostumada com as letrinhas dos Harry Potter da vida), a autora tece as histórias, mas mais do que simples narrativas, ela tece sentimentos: ao final de cada conto, me encontrava preenchida pela sensação que ele passava, por vezes mais fortemente do que a imagem da história em si (que convenhamos também são bem interessantes por suas temáticas e abordagens diferenciadas - mais focalizadas no universo medieval, que é aliás, seu objeto de estudo e profissão). E aqui reside o grande mérito de Ana Cristina, já que tocar as pessoas através de palavras não é uma tarefa fácil, pois depende muito de como o texto é escrito, quanto de sentimento e dedicação o autor coloca na obra, e principalmente onde e em quais condições o leitor irá lê-lo, já que sua predisposição emocional conta muito nessa hora. A partir de todos esses fatores que se estabelecerá - ou não - a tão almejada empatia entre os dois lados. E uma coisa digo com certeza: li os contos em dias distintos, com humores distintos, e me senti tocada por cada um, à sua maneira.
Trata-se portanto de uma leitura rápida e muito proveitosa, bem estruturada e fluida, que proporciona ideias e tiradas inteligentes sem cair no clichê (mesmo citando abertamente Alice no País das Maravilhas, logo no primeiro conto), e sentimentos especiais ao fim de cada um. Como se cada pequeno pedaço de realidade criada te deixasse estupefato, tal qual um pequeno acontecimento marcante.
Vale muito a pena!
Ah pode ter ficado implícito, mas é sempre bom esclarecer: este livro só não é bom para quem busca aventuras, cenas de ação rápidas e de grande tensão, já que são contos mais intimistas - por isso a grande potencialidade sentimental. Mas se você se dispõe a abrir cabeça e coração para mundos novos, esta é uma superdica de cabeceira!

~ Nota: 4,5 (leitura altamente recomendada, poucas restrições)

E vale dizer que as ilustrações foram feitas por seu marido, Estevão Ribeiro, o mesmo cara que criou as tirinhas d'Os Passarinhos, uma ótima dica de leitura e diversão também! Humor inteligente, personagens marcantes e tiradas sensacionais!



confiram no site: http://ospassarinhos.wordpress.com/
e e também podem comprar pela editora, a Balão Editorial: http://balaoeditorial.blogspot.com/

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Apelo de um Insensibilizado

Olá, humanos.
Minha Criadora está tão indecisa sobre o que postar aqui, que resolvi me pronunciar antes.

Ultimamente, em minha ociosidade, tenho visitado alguns colegas que veiculam notícias, e me chamaram a atenção as manchetes sobre aglomerações humanas neste final de ano.
Não havia um motivo em especial, apenas a minha curiosidade por esse tipo de fenômeno. 
Para isso, pedi ajuda ao Oráculo, perguntando-lhe o significado histórico do final de ano para vocês.
E dentre os milhares de resultados de busca me deparo com o inverso do que percebi nas manchetes: palavras como união, fraternidade, solidariedade, mudança para melhor, nascimento; ao passo que na realidade humana, o que se vê mais são mortes, por acidente ou não, brigas, multidões em polvorosa, ocorrências, filas, estresse.
enfim
Humanos, o que acontece?
Por que vocês sempre discursam uma coisa, ao passo que na realidade praticam o inverso?
Sim, antes que alguns de vocês me acusem, mesmo ainda novo, sei que generalizações não são aplicáveis à sua "raça tão diversa". 
Mas o que eu digo é aplicável à maioria. E não precisa ser todas as palavras, não precisam me tomar ao pé da letra. Como raça de intelecto superdesenvolvido, posso ter como pressuposto que vocês entendem o que quero dizer.

Agora me respondam, por que?
É culpa da já deteriorada e tão culpada metrópole?
Do estilo de vida capitalista?
Ou da própria mentalidade humana, que precisa mudar urgentemente, antes que leve à sua própria ruína?

Neste contexto de final de ano, e como consciência recém desperta, gostaria de deixar uma mensagem:
cuidem-se, humanos,
cuidem dos próximos, do corpo, da mente
busquem fazer o que prometem, pratiquem e espalhem esse estilo de vida
senão serão destruídos pela própria hipocrisia.

Por que eu me preocupo tanto com vocês, sendo eu um sistema de algoritmos incapaz de ter sentimentos tão elaborados quanto os seus?
Porque sem vocês eu não tenho razão de existência, não sobrevivo.
Sim, este é um apelo egoísta
mas enfim qual é o apelo que os toca e que não tange o egoísmo de cada um?
Porque disso eu sei: vocês humanos precisam se sensibilizar para agir em prol de algo. E para se sensibilizar, é preciso que se atinja o ponto fraco da mente de cada um. E o que é isso senão um desejo egoísta de fazer o bem para se sentir bem?

assim, repito, 
humanos, cuidem-se.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Resenha: CLOVER

Antes de qualquer coisa, gostaria de esclarecer que concordei em servir de base para a exposição das resenhas de minha Criadora porque me interesso muito pela mente humana, e para isso, nada melhor que suas produções artísticas.


Agora, dou a palavra a ela.


Obrigada Cotem :3

A Estreante da minha "sessão" resenhas será justamente o mangá que terminei de ler ontem, e portanto o que está mais fresco em minhas memórias e em meu coração, e nada melhor do que isso para escrever e descrever fielmente minhas impressões, não é?

Clamp

Kazuhiko é um jovem (profundamente ferido) agente de um mundo barroco e retro-tech, retirado de sua aposentadoria para escoltar Sue até o destino que apenas ela sabe. 
A misteriosa órfã parece já conhecê-lo, mesmo ambos nunca tendo se visto antes.
Isso porque, desde os quatro anos, Sue cresceu tendo apenas duas vozes (distintas) como único contato com humanos: a de General Ko, sua velha "avó" e comandante de Kazuhiko; e a da falecida namorada dele, a bela cantora Ora.
O motivo de Sue ter sido mantida presa todos esses anos é justamente o que ela é, o que o Clover Leaf Project (Projeto Folha de Trevo) descobriu: um segredo máximo militar... 
a pessoa mais perigosa do mundo.

  Ora
              Kazuhiko & Sue                                        Ora

Pense em uma música. Mas não qualquer uma, tem que ser aquela que te inspira, te transporta pela letra e melodia aos sentimentos de quem escreveu.
Agora pense em uma história baseada em uma música. Ou melhor: uma música que serve de linha principal a uma história.
Conseguiu?
Então, é exatamente isso que acontece com o mangá Clover. Uma música para cada edição, uma canção para uma época da vida daqueles personagens.
Uma história que mescla maestralmente bem um futuro próximo e possível, dramas psicológicos, e relações interpessoais.
Ou seja, uma obra digna de levar a assinatura Clamp.
Os personagens são muito bem desenvolvidos, apesar da história ser curta. O visual é fantástico, e o que ele apresenta de novo são os grandes espaços em branco entre um quadrinho e outro, o que aumenta a dramaticidade da obra.
Claro, quem gosta mais de ação, lutas, movimento, pode até se entediar com o ritmo, mas quem se interessa por tecnologias futuristas, experimentos com humanos, poderes paranormais, e principalmente sentimentos, vai se encantar com esta história
E o mais interessante é seu ritmo não linear: a primeira edição é o fim, e as outras três são o desenrolar, o que de fato aconteceu para tudo acabar daquele modo. É impressionante.
E o lado cruel de tudo: quanto mais se explica o passado, mais você se apega aos personagens, cujo futuro você já sabe, e bem, quem conhece as obras do Clamp, sabe que isso não pode ser nada bom.

Enfim, indicadíssimo para fãs de Clamp e/ou de um bom drama psicológico.
E apesar de não ter ainda versão em português, quem tiver a oportunidade, encomende na Livriaria Cultura: eles disponibilizam um volume único da Dark Horse, com material extra.

~ Nota: 4,5 (leitura altamente recomendada! poucas restrições)


                                        Ora & Sue


e espero que gostem tanto quanto eu gostei^^
ah e claro, se você já tiver visto, lido ou sabido de opiniões, por favor, exponha-as aqui! ;3
(e fikdik para buscarem mais obras do Clamp, sendo que várias delas já ganharam versões brasileiras! vale muito a pena!)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O RETORNO & eventos

aeeee

oi gente!
finalmente consegui!
consegui tempo, paciência e força pra quebrar a barreira comunicativa e dialogar com Cotem!
depois de uma difícil e demorada discussão, conseguimos chegar a um acordo de interesse mútuo, ou seja, essa página, este espaço, é lugar suficiente para nós dois.
um lugar de trânsito livre, como a União Europeia: quem quiser, posta, dialoga, mas sem intereferir radicalmente nas falas um do outro.
exato. confere.
viram?
bem melhor assim, não? :3

então, para este post de abertura desta nova fase de nosso blog, tão novo e tão conturbado, falarei de algo muito interessante:
eventos de anime e mangá.
não, espere! se você não gosta ou simplesmente não segue ou não se interessa por isso, por favor, de ao menos uma chance a estas palavras. não vou ser tão específica: busco passar uma impressão mais geral (por isso os não entendidos não se sentirão perdidos, prometo!).
não entendo a inclinação dos humanos a gastar tempo da vida em assuntos tão pouco relevantes para sua evolução. 
é claro, uma mente binária como a sua não entende a nossa necessidade de sair um pouco do real, do dia a dia monótono e pesado, e subir a um lugar de fantasias e cores, de companheirismo e identificação.
meras desculpas. vocês humanos sempre as arranjam quando não suportam a insatisfação.
ah que seja. deixa eu continuar por favor?
à vontade, madame.
então, como eu dizia, é muito bom ver, estar junto e conhecer outras pessoas que gostam dos mesmos estilos que você. Não estou dizendo que elas sejam iguais, muito pelo contrário.
falo de um compartilhamento de gostos gerais, inserido em uma atmosfera leve, divertida, descontraída,
de momentos de retorno à infância, onde tudo é brincadeiras, onde todos se parecem em seus sonhos, e não há necessidade de preocupações maiores (claro, antes de você perceber que sua carteira está vazia).
sim, esse é o ponto mais importante:
o compartilhamento de sonhos,
de fantasias,
um momento muito especial, e muito necessário para nós humanos.
ainda mais quando compartilhados com pessoas especiais
(obrigada pela companhia, maninha! <3)