domingo, 20 de fevereiro de 2011

Resenha: A Princesa e o Cavaleiro


[Olá humanos 
como a Criadora está neste momento fundindo seu cérebro orgânico com prazos e compromissos, tomei a liberdade de acessar os arquivos do HD e postar uma resenha feita durante sua viagem a João Pessoa, PB - a título de agradecimento pela atenção dos senhores, da qual me alimento.
sem mais delongas.
Cotem]



Autor(a): Ozamu Tezuka
Editora: JBC
Páginas: 100
Publicação: 2002
Skoob: mangá & autor




 Um clássico cativante, feito para fãs, iniciantes ou simplesmente curiosos. Uma leitura interessante para se perceber o quanto a narrativa nipônica mudou de 50 anos para cá.





O mangá narra as aventuras da princesa Safiri no reino da Terra de Prata. Graças a uma rígida lei, a heroína é obrigada a se passar por príncipe, já que uma mulher não pode assumir o trono. Para enfrentar seus inimigos, que tentam a todo custo desmascará-la, Safiri conta com a ajuda do anjinho peralta Ching.


Sente que falta algo nesta sinopse? Então acertou: trata-se de um trecho do texto apresentado no início da primeira edição. Por que não coloquei ele todo? Oras, porque contava com bem mais elementos do que um mero resumo da história, então resolvi colocar acima só o que mais interessava, e aqui embaixo usarei algumas das informações passadas no texto todo. Combinado?

Posso resumir minha primeira impressão em uma palavra: clássico. Estilo simples, personagens não muito aprofundados, tema universal e muito utilizado como referência de produções sucessoras (até hoje). Ou seja, está no mesmo patamar que o filme Cantando na Chuva, por exemplo.












Muitos chamam o autor, Ozamu Tezuka, de “o Walt Disney japonês”. De fato, algo que me chamou muito a atenção foi a semelhança de estilo e traço – tanto que no livro Art of Drawing Manga coloca-se que Tezuka de fato se inspirou no traço norte americano para construir seu estilo. Confesso que essa característica me deixou um pouco nostálgica, o que pode ter colaborado para que eu nutrisse grande simpatia pela obra.

Outra peculiaridade digna de nota é sobre a combinação enredo & estilo de desenho: enquanto traço e características formais são típicos do Japão, o enredo conta com elementos totalmente ocidentas, como a religião católica e mitologia grega – que norteiam a trama -, podendo até causar desagrado, já que nossa cabeça, acostumada a relacionar elementos a certos temas, vê-se obrigada realizar outras combinações provavelmente desconhecidas, gerando estranheza (ou o mais conhecido “brain collapse” ;P).

Os personagens também são cativantes, mas... - sim, existe um “mas”, senhores que chamam Tezuka de “manga no kami” (o deus do mangá) -:

1. O tal estilo simples deixa a desejar no quesito desenvolvimento de personagens, pois eles se mantêm quase os mesmos do início até o final da trama, o que pode gerar desestímulo de leitura ou ainda desagrado. Por isso, para quem não suporta personagens estereotipados, mantenha certa distância ou reveja seus conceitos.

2. (consequentemente) A história é linear e mostra-se bastante maniqueísta: não existem grandes surpresas e há grande polarização entre mal e bem (sem quase motivos mais profundos ou conflitos internos), o que também pode desestimular a leitura.

3. Os conflitos se resolvem rápido demais, o que também gera estranheza, possivelmente levando o leitor a uma impressão negativa, já que tais soluções se distanciam do que consta em nosso consciente como sendo “resolução de conflito”- geralmente associada a um considerável – e até demorado - desenvolvimento e mudança, desencadeado logicamente dentro da narrativa.

Agora, se você não se importa de se deparar com esses empecilhos durante de uma leitura leve e prazerosa, além do conhecimento que se tem de uma das obras mais importantes para a história do mangá, com certeza esse título é uma boa pedida. E outra coisa boa é ser rápida: conta com apenas 8 volumes de aproximadamente 100 páginas cada – ou seja, um tempo médio de 30 min de leitura para cada edição. E como é uma série já mais antiga, em eventos de animes e mangás ela é vendida por um preço bem camarada. 
Ou seja, uma pechincha quase imperdível para fãs, colecionadores, ou simplesmente curiosos.

Por último, acho interessante deixar aqui uma observação de como as obras de 50 anos atrás eram totalmente diferentes do que as que estamos acostumados hoje (deixo para que aponte as diferenças você mesmo ^~). Talvez seja por isso que percebi tantos elementos possíveis geradores de insatisfação: tudo culpa do choque cultural entre gerações.


Nota: 3,5 (recomendado, algumas restrições)


Concordas comigo?
:3


2 comentários:

  1. Hum... Eu lembro de uma revista de mangá (sim, uma revista que falava sobre mangás) que minha irmã tinha, e eu lembro de uma ilustração dessa princesa num navio enorme. Eu sempre tinha ânsia de vômito toda vez que a via (Sim, exatamente o que você leu, não sei pq '-'). Mas eu acho que o "roteiro" da historia, esses personagens meio insossos são assim por causa da época ou dos recursos utilizados... Eu sei que não tem absolutamente nada a ver, mas é +/- isso que eu acho.

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  2. na verdade, mister Binggo, o que vc disse tem muito a ver.
    tanto a ver que é diretamente relacionado ao que eu disse acima hehe :3

    (agora, a história do enjoo... sei lá mano hahaha vc não comeu algo que te fez mal e olhou pra imagem e dai a sensação ruim ficou? ou talvez olhou pra revista dentro do carro, e isso te deu enjoo? #viajei)
    ;P

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