este segundo post estava reservado para a apresentação daquela menininha-imaterial que desenhei nos quadrinhos do estreante.
Mas hoje, embrenhada no twitter, me deparei com um artigo da Wired* cujo assunto sempre habitou minha cabeça, e que justamente estava se fazendo mais presente estes dias: a relação entre criatividade e tristeza/depressão. Daí simplesmente senti a necessidade de escrever aqui.
Sim, trata-se de um assunto consideravelmente antigo (pra você ter uma noção, os famosos filósofos gregos falavam sobre isso [...se bem que ainda se está para descobrir sobre o que eles não falavam...]), e que sempre permeou os temas e mentes, (pelo menos [d]os) mais ligadas às artes.
E de lá até hoje, o Romantismo foi o movimento que mais enfatizou tal relação ("só há criatividade quando há depressão"), e chegamos aos dias de hoje ainda nos questionando isso, sendo as pesquisas no ramo de psicologia um dos meios encontrados para tentar encontrar as respostas.
Com sua permissão vou rapidamente quebrar a continuidade desta reflexão para abrir um parêntesis importante: independente do resultados de tais trabalhos, precisa-se ter em mente que, assim como todos os projetos de pesquisa humanos, estes também não podem ser elevados a categoria "verdade", mas sim apenas mais um ponto de vista sobre o assunto, um parecer mais técnico sobre algo que ainda se faz fortemente presente na sociedade (ocidental ao menos. Não posso generalizar sobre algo que não tenho certeza).
[quanto a esta relação ciência-verdade, prometo que um dia dedico um post só a ela. Afinal temas polêmicos são os que mais tem coisa a ser dita e aprendida. E talvez assimilada. Mas ok, entendi. Depois.]
Final do parêntesis.
Voltemo-nos agora ao assunto principal.
Criatividade e tristeza (usarei este termo, mas deixo claro que é apenas uma simplificação ok?).
Afinal, a segunda condiciona a primeira?
Antes de mais nada, pense, responda a si mesmo. O que você acha? Já parou para refletir sobre isso? Já chegou a alguma conclusão? (se quiser responder isso aqui nos comentários, por favor^^ como indecisa nata, me encanta conhecer defesas de pontos de vista!)
A partir disso, me diz, o que você acha das pessoas que respondem afirmamente?
Claro, posso sentir altos elogios vindos de quem teve resposta semelhante, e uma leve torção de nariz (ou talvez um muxoxo) daqueles que discordam.
E te digo: a pesquisa científica em questão diz que sim. Segundo elas, os seres humanos prestam mais atenção quando tristes, isto é, ficam mais atentos (tanto com relação ao seu redor quanto com relação ao próprio processo de raciocínio) do que quando estão felizes.
Uma psicóloga (formada na USP, diga-se de passagem) me disse então que as pessoas geralmente tendem a relevar coisas quando estão felizes, perdendo detalhes que podem ser importantes - e quanto mais próximo a euforia, mais isso se pronuncia, mais a pessoa fica alheia a seu redor.
Pegue por exemplo um jogador do corinthians quando o timão marca um gol. O mundo pode estar caindo e ele ainda vai pular e tocar vuvuzela e gritar "VAI TIMÃO!"
[com um leve prolongamento afeminado se você for algum dos meus vizinhos de prédio do 1o andar. Nada contra, à exceção dos gritos. Odeio barulho. Mas ok, vamos lá. Foco.]
E essa informação me fez queimar os miolos um pouco mais, porque de uns tempos pra cá minha opinião estava em processo de lenta mutação (levando em conta que eu antes era uma ferrenha defensora da ótica romântica), ao perceber que se pode sim ser criativo quando se está feliz - claro, não o feliz eufórico, mas o feliz próximo à paz interior -, tendo como argumentos minhas próprias vivências. Mas acontece que esse comentário me fez voltar um pouco aos "antigos tempos", ao questionamento (e quase à posição) anterior.
Sim, eu disse quase.
Pois, mesmo que pessoas próximas (e queridas) digam decididamente que sim, eu fundamento parte de meu ponto de vista no que a psicóloga disse em seguida: com esse estudo se percebe que criatividade é questão de foco, de atenção, e portanto não necessariamente tem de estar ligada a tristeza e seus desdobramentos.
Mas nada que conseguisse tirar a maldita pulga de trás da minha orelha. Ou seja, ainda me questiono sobre a possível estreita relação entre duas características humanas (afinal somos seres criativos e desejantes, ou seja, insatisfeitos. E por isso infelizes? Quem sabe...). E isso a partir de experiências próprias também.
Assim, caimos na mesma questão que o protagonista do filme Número 23 enfrenta: o que é a realidade além do que ele quer ver dela?
E assim abre-se a questão de que cada um vê o mundo de acordo com suas crenças e preceitos (aprendidos e apreendidos, de acordo com seu meio social), formatando-o, dando-lhe conteúdo próprio, sendo ele portanto o que essa pessoa acreditar.
Mas isso já é assunto a ser desenvolvido em um próximo post.
*leia o artigo na íntegra em: http://www.wired.com/wiredscience/2010/10/feeling-sad-makes-us-more-creative/
vale a pena!
sábado, 23 de outubro de 2010
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
a Estreia
aquele frio na barriga aumenta, o coração palpita forte
dia de Estreia é sempre assim
mesmo quando se fala de uma pequena produção, algo singelo no meio de tantos megasucessos nacionais e internacionais, que já tem público, fiéis e seguidores.
bem, na verdade pode ser exatamente por isso que o nervososmo é maior
afinal se tem tanta coisa (muito) boa pra ver, por que perceber esta singela manifestação?
por que perder tempo com mais textos soltos no ciberespaço?
simplesmente porque não são (apenas) textos soltos...
em troca de sua atenção
aqui se oferecem vidas
fragmentos, imagens, colagens,
montagens, ações, momentos
um espaço de trocas humanas
ainda que feitas por um meio binário e frio
... achou difícil este texto? xô simplificar pra você:
me dá um tequinho da sua atenção que eu te mostro o que tem aqui dentro
mas só se você disser primeiro
"you can leave your hat on"!
tan!
tan-tan-tan
tan!
.
.
.
um obs pros eros de plantão: não, você não vai encontrar nada de porn aqui, caso sua mente limitada não tenha percebido que isto foi uma metáfora. figura de linguagem. lembra? não? que pena...
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